Diante do expressivo aumento nas multas, entenda por que não negligenciar o uso de cinto de segurança
Recentemente, um problema preocupante tem sido observado no Rio Grande do Sul: um aumento de 88% nas multas por não uso do cinto de segurança nos últimos cinco anos. Este incremento, de 53,6 mil em 2018 para 100,9 mil em 2023, segundo dados divulgados pelo Detran, não é apenas um número; ele reflete uma questão mais profunda de comportamento e cultura no trânsito.
A importância do cinto de segurança
O cinto de segurança é um dispositivo fundamental de segurança veicular, comprovadamente eficaz na redução de lesões graves e fatalidades em acidentes de trânsito. Diversos estudos e especialistas em medicina do tráfego já comprovaram a eficácia da sua utilização e como a negligência em seu uso, especialmente no banco traseiro, onde muitas vezes é subestimada sua necessidade, pode colocar a vida dos passageiros em risco.
Como, por exemplo, no relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em junho do ano passado, que destaca a eficácia do cinto de segurança. Segundo esse relatório, o uso do cinto reduz entre 45% e 50% a probabilidade de ferimentos mortais para ocupantes dos bancos dianteiros. Para os passageiros do banco traseiro, a redução é de pelo menos 25%. Esses números reforçam a importância universal do cinto de segurança, independentemente da posição no veículo.
Além disso, estudos realizados por autoridades de trânsito de outros países corroboram e até ampliam essas estatísticas. Por exemplo, uma pesquisa da autoridade nacional de trânsito dos Estados Unidos apontou uma redução de 43% no risco de morte para passageiros que viajam no banco traseiro e utilizam o cinto de segurança.
As ações do Detran RS
Diante desse cenário desafiador, o Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran RS) tem adotado estratégias proativas para reverter esse quadro. A autarquia lançou a campanha “Chega de desculpas”, uma iniciativa que visa esclarecer a obrigatoriedade do cinto de segurança e dissipar mitos relacionados ao seu uso.
A campanha traz argumentos comuns usados para justificar a não utilização do cinto, como a falsa sensação de segurança, o desconforto e a confiança no motorista, fornecendo contra-argumentos baseados em evidências de segurança e estatísticas de acidentes.
Conscientização e educação continuada
A educação e a conscientização contínua são vitais neste processo. Especialistas enfatizam a importância de se adotar o uso do cinto de segurança como um hábito automático e inquestionável, independentemente da distância da viagem ou da posição no veículo. Campanhas educativas reforçam a mensagem de que a segurança deve ser uma prioridade inegociável.
A resistência ao uso do cinto de segurança, especialmente no banco traseiro, pode ser vista como um reflexo de desafios culturais e comportamentais mais amplos. Muitas vezes, existe uma falsa percepção de invulnerabilidade entre os motoristas e passageiros, uma crença equivocada de que acidentes graves são eventos raros ou distantes da realidade pessoal.
As iniciativas do Detran RS, juntamente com as campanhas de conscientização e educação, são passos fundamentais para mudar a percepção e o comportamento em relação à segurança no trânsito. A longo prazo, espera-se que esses esforços resultem em uma redução significativa de acidentes e fatalidades, promovendo uma cultura de segurança mais robusta e consciente nas estradas do Rio Grande do Sul.